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8 de jul. de 2011
Vídeos: A greve dos professores e o jornalismo
O professor e "videomaker" Arnaldo Prudêncio produziu dois vídeos, durante a última assembleia estadual, sobre as novas ferramentas de comunicação usadas durante a greve do magistério. Mais: fez uma entrevista com o jornalista Moacir Pereira, que mantém um blog no portal ClicRBS, que vai ficar para a história do jornalismo catarinense.
O Sinte entrou nessa greve sem estar preparado para o que se pode chamar de "guerra midiática". E não é culpa dessa diretoria ou de anteriores. É culpa de uma cultura do sindicalismo de desprezar, cada vez mais, o investimento nos seus próprios meios de comunicação: jornal, boletim, site, blog, redes sociais e outras ferramentas digitais.
O que escrevo a seguir não é exclusividade da educação. As próximas greves e movimentos daqui para a frente vão continuar com a mesma deficiência em se comunicar, fazer entender e, principalmente, fazer chegar informação à sua própria categoria.
Poucos sindicatos no país, e Santa Catarina não é diferente, desenvenvolve uma verdadeira política de comunicação, que tenha começo, meio e fim, e não fique refém de forças políticas e trocas de direção. Também pouco se aplica na construção de uma estrutura de comunicação, computadores, máquinas fotográficas, celulares, impressoras e, principalmente, profissionais habilitados e competentes para fazer no sindicato uma verdadeira "redação jornalística".
Às vezes, os próprios jornalistas também são culpados. Pois quando chegam para fazer jornalismo sindical se acomodam, aproveitando da fragilidade de conhecimento de diretores, se misturam com burocracia sindical e pouco inovam. Pior: se submetem ao dirigismo do sindicalismo e não disputa sua autonomia e independência intelectual e profissional.
Muitas vezes o trabalho do jornalista, que precisa de agilidade e exatidão, são incompatíveis com a rotina sindical, que caminha com passos mais lentos. Não quer dizer que isso seja ruim, pois a democracia precisa de mais tempo que o totalitarismo.
O sindicalismo gasta muito em bancas de advogados - caríssimos -, mas não investem em um equipe de comunicação: jornalistas, designers, fotógrafos etc; fazem apenas a disputa jurídica e política e esquecem a comunicação.
Alguns casos é proposital. Têm medo da informação. Outros casos é desconhecimento mesmo.
No primeiro vídeo, foi apresentada a experiência do blog do Moacir Pereira durante a greve, que ocupou um espaço com muita competência e profissionalismo. Até mesmo ele, com anos dedicados ao jornalismo, se surpreendeu com essa nova ferramenta de trabalho (blog) e com a sede de informação da categoria.
Sofreu pressões, conheceu a realidade e inovou. "Quero ver quem fica isento, quem fica imparcial para analisar uma situação delicada como a educação depois que analisar a realidade", disse para o professor Arnaldo. Perdeu dias e ganhou noites de insônia. Saiu indignado e orgulhoso com a experiência e pensa até escrever um livro.
Quando até o blog do Moacir Pereira era insuficiente, e na ausência de comunicação do sindicato central, os próprios professores e as regionais criaram suas próprias redes sociais, blogs e twitters. Assista o segundo vídeo: