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20 de mai. de 2009

Termina a greve dos motoristas e cobradores

Acabei de ficar sabendo, por um diretor do Sintraturb, que a greve dos trabalhadores do transporte, motoristas e cobradores, da Grande Florianópolis terminou. A categoria resolveu recuar por entender que não há condições políticas de continuar e também para não atrapalhar o dissídio junto à Justiça do Trabalho.

A atitude do Ministério Público do Trabalho, que entrou com ação judicial pedindo o fim da paralisação total, também foi preponderante, segundo o diretor.

Os trabalhadores permanecem em "estado de greve", e pode haver surpresas no curto prazo. As negociações também continuam. Os ônibus estarão na rua a partir das 18h30min.

O trem da Assembléia

A Mesa Diretora da Assembléia convocou a imprensa para anunciar um plano de trabalho com cinco temas prioritários: (1) BR-101; (2) BR-470; (3) rodovia translitorânea; (4) ferrovia do frango; e (5) pacote de revitalização econômica.

A exemplo do Código Ambiental, a idéia é que a direção da Casa trabalhe, em consenso, para mobilizar os deputados e a sociedade, através das audiências públicas, e agilizar os trabalhos das comissões permanentes e fóruns específicos. "A Mesa Diretora vai puxar o vagão das comissões de mérito, vai ajudar a puxar e destravar as pautas", descreveu o presidente Jorginho Mello (PSDB).

O próprio terceiro-secretário Valmir Comin (PP) reconheceu que a Casa tem muitos fóruns que "acabam se perdendo e se esvaziando". Devem ser vagões que descarrilharam no caminho...

Em resumo, os deputados vão ter que entrar nos trilhos para o trem da Assembléia começar a se movimentar.

O retrato dos presidiários: jovem, analfabeto, reincidente e ladrão

Jovem, urbano, com baixíssima escolaridade, reincidente, com mais de uma condenação e ladrão. Esse é o perfil médio dos internos da Penitenciária Industrial de Joinville.

O retrato foi apresentado na Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa pelo deputado Kennedy Nunes (PP) a partir de pesquisa feita por iniciativa do diretor da penitenciária, Richard Harrison.

Na ánalise do deputado, os números mostram que o presidiário é o jovem usuário de drogas (65,2% entre 18 e 29 anos), que rouba para comprar, cometendo o chamado crime contra o patrimônio. Outra observação é que o sistema não recupera ninguém, tanto que a maioria é reincidente.

Apesar de se referir a apenas uma unidade prisionar, o perfil pode se encaixar perfeitamente em outras penitenciárias, presídios e cadeias.

Os integrantes da comissão decidiram encaminhar pedido ao governo para submeter a pesquisa em todas unidades do Estado a fim de traçar políticas públicas mais próximas da realidade.


Confira a pesquisa "Perfil dos Internos da Penitenciária Industrial de Joinville

Grau de instrução
Analfabeto: 02%
Alfabetizado: 03%
Fundamental incompleto: 63%
Fundamental completo: 12%
Médio incompleto: 10%
Superior incompleto: 02%
Superior completo: 0%

Reincidência
Primário: 17%
Primário com mais de uma condenação: 39%
Reincidente: 44%

Procedência
Área urbana: 84%
Área rural: 16%

Faixa etária
18 a 24 anos: 35,5%
25 a 29 anos: 29,7%
30 a 34 anos: 13,6%
35 a 45 anos: 15,3%
46 a 60 anos: 6,4%

Crimes por espécie
Contra a pessoa: 9,7%
Contra o patrimônio: 58%
contra os costumes: 9,1%
Tráfico de entorpecentes: 18%

Um corpo estranho na greve dos motoristas

José Ricardo Toscan de Freitas, mais conhecido como Ricardo Freitas, é apontado como assessor político do Sintraturb. Ele não é cobrador, nem motorista, portanto não é diretor do sindicato, mas é quem dirige a greve, concede entrevistas e fala em nome da categoria. É, de fato, a liderança política dos motoristas e cobradores.

Ex-bancário, o líder terceirizado já foi candidato a vereador da Capital pelo PT, em 2000, e recebeu 1.362 votos. Pelo menos desde essa época, ele já respondia como assessor do antigo Sindmoc. Já foi também representante dos trabalhadores no Conselho Municipal de Transporte (CMT).

Qualificado, Freitas tem curso superior e certamente está numa etapa acadêmica mais elevada que a maioria dos cobradores e motoristas. Como assessor, deveria contribuir politicamente com os diretores, de forma pedagógica, e não tomar o lugar deles.

Cesar Valente escreveu sobre a relação muito esquisita entre a greve e os patrões. Por ora, deixo essa parte com os adeptos da teoria da conspiração. Estranho mesmo é a influência que Ricardo Freitas exerce no sindicato.