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5 de mar. de 2008

Orquestra petista está afinada

Quem achava que a capacidade de mobilização do PT (e aliados) havia se esgotado, hoje teve uma surpresa. Destacados dirigentes da ala sindical do partido organizaram, de forma orquestrada, uma série de manifestações na Capital. Conta comigo:

1- O Sintespe, sindicato de todos os servidores públicos do Executivo, tem como presidente o petista Mario Antonio da Silva, da corrente O Trabalho. A diretoria também tem membros do PCdoB, um antigo aliado. Eles fizeram uma assembléia no auditório principal do Poder Legislativo, às 14 horas, para discutir o projeto que cria o fundo previdenciário e eleger delegados para congresso da CUT. Depois, perto das 16 horas, protestaram nas galerias da Assembléia Legislativa e na Praça Tancredo Neves.

2- O Sindalesc, que reúne os funcionários da Assembléia Legislativa e é presidido pelo petista Romário da Silva, anunciou em seu site, num primeiro momento, uma assembléia no mesmo auditório e horário da reunião do Sintespe para debater a mudança da previdência. Depois mudou o convite para um ato unificado dos servidores públicos na Praça Tancredo Neves, às 16 horas. Romário é funcionário de carreira, mas lotado no gabinete do deputado Pedro Uczai (PT).

3- O sindicato dos professores, Sinte, decidiu pela greve em uma assembléia de mais de 2 mil pessoas, no Clube Doze de Agosto, que começou às 14 horas, depois marchou rumo à Praça Tancredo Neves. O magistério quer incorporação de abonos. Apesar de contar em seu colegiado com diretores trostkistas (PSTU) e comunistas, a maioria da diretoria é petista, de todas as correntes.

4- O sindicato dos servidores do município de Florianópolis, Sintrasem, realizou assembléia no início da tarde, na Praça Tancredo Neves, depois conduziu os manifestantes até a Câmara de Vereadores e Prefeitura. Desde então, a categoria está em estado de greve e pede o cumprimento da data-base de 2008. A diretoria do sindicato é composta por integrantes do PT e PCdoB.

5- Até o MMC (Movimento das Mulheres Camponenas) e o MMTU (Movimento da Mulheres Trabalhadoras Urbanas), antes das 16 horas, e depois do Sintrasem, comemorou o dia da mulher, em ritmo de protesto, na Praça Tancredo Neves. Os trabalhos foram conduzidos pela ex-deputada federal e presidente do PT estadual, Luci Choinacki.

As reivindicações dessas distintas categorias são pra lá de justas. Mas, como diria o pensador Paulo Coelho, nada acontece por acaso.



Todo mundo se encontra na praça
(Foto: Eduardo Guedes de Oliveira / Divulgação Alesc)

Não é culpa do aquecimento global

A influência do fenômeno metereológico La Niña, em Santa Catarina, resultou em chuvas mal distribuídas desde o dia 20 de janeiro nas regiões Oeste, Meio-oeste e algumas regiões do Planalto Norte. Neste período, nem aquelas chuvas "típicas de verão" aconteceram nessas localidades. Chapecó sustenta o título de maior déficit de precipitação no Estado, com 277,4 mm, seguido por Itapiranga (214,2 mm) e São Miguel do Oeste.

A situação dos municípios mais próximos do litoral é inversa. Em São José e Joinville, tem chovido com muita freqüencia, causando alagamentos e deslizamentos de encostas.

Essa bagunça no tempo está prejudicando a safra agrícola do Verão, já que está atingindo regiões de grande produção agrícola, como o Meio-oeste e Oeste. Soja, feijão e milho estão entre as culturas mais afetadas. Por outro lado, as chuvas em excesso estão danificando as lavouras de arroz, em sua fase final de cultivo, na faixa litorânea e Vale Itajaí.

As informações são da Epagri/Ciram.