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30 de set. de 2008

Emprego é prioridade em Borá, cidade com o menor eleitorado do país

Colado da Agência Brasil (Vinicius Konchinski / Enviado especial)

Borá (SP) - Na cidade de Borá (SP) - menor município do país e menor colégio eleitoral, com 924 eleitores - não há um hospital, uma biblioteca, um cinema nem mesmo um padre ou um juiz. Entretanto, a principal proposta dos três candidatos à prefeitura da cidade, a 520 quilômetros da capital, não está relacionada a nenhuma dessas carências. A prioridade para o próximo prefeito, seja ele quem for, é conseguir que uma nova empresa se instale no local.

Foto: Valter Campanato/ABr

Este é um dos únicos pontos em que os candidatos a prefeito João do Posto (PSDB), Luis Seringueira (DEM) e Luiz do Açougue (PT) não discordam entre si. Assim, a maioria dos 804 habitantes da cidade afirma que um dos maiores problemas de Borá é a falta de emprego e os candidatos pretendem tomar medidas para solucioná-lo, caso sejam eleitos.

De acordo com os próprios candidatos, atualmente, os boraenses quase não têm opções de trabalho. Ou tornam-se um dos cerca de 200 funcionários de uma usina de cana-de-açúcar da cidade, ou trabalham na fábrica de ração animal ou então no comércio local. São poucas opções, que não conseguem atender toda a demanda de emprego.

“A falta de emprego é um problema antigo da região”, explicou João Antonio Nespoli, o João do Posto, em entrevista à Agência Brasil.

Boraenese, 42 anos, João do Posto pertence ao mesmo partido do atual prefeito, Nelson Celestino Teixeira (PSDB). Para ele, a atual administração tem boas propostas, principalmente na área de habitação. Porém, na questão do emprego, ele diz que é preciso fazer mais. “Precisamos trazer uma microempresa. Uma fábrica de sapatos, bolsas, tecidos, que seja”, afirmou.

Luis Antonio Vinhando, o Luis Seringueira, tem 49 anos e já foi prefeito de Borá (1997-2000). Segundo ele, em seu mandato, estudantes tinham atividades esportivas e culturais depois que saíam da escola e ele pretende reativar essas atividades, caso seja eleito. Ele também quer estender o horário da unidade básica de saúde da cidade para que ela preste socorro 24 horas. Contudo, não se esquece da questão do emprego.

“Temos que comprar uma área, construir uns barracões e oferecer o incentivo para alguma empresa vir para cá”, disse ele, que também pretende contratar moradores para execução de obras previstas em seu plano de governo. “A renda per capita de Borá é de R$ 7.000 por causa da riqueza gerada pela usina, mas ninguém da população vê esse dinheiro”, disse.

Luiz Carlos Rodrigues, o Luiz do Açougue, 38 anos, disse que as mulheres são as que mais sofrem para arrumar um trabalho. “Elas não podem cortar cana nem sempre têm a qualificação para serem contratadas em outros setores da usina”, disse ele.

Assim como os outros candidatos, ele defende alguns incentivos para atrair alguma empresa para cidade. Porém, tem outras propostas. Uma delas relacionada ao meio-ambiente. “Temos que reflorestar a margem do Rio Água de Borá. Há cinco anos, ele tinha cerca de meio metro de profundidade. Hoje, a água não passa da canela”, completou.

Luana Nazaré Pereira, 18 anos, balconista da padaria municipal de Borá espera que as promessas de mais emprego sejam cumpridas. Mesmo empregada, ela afirma que gostaria de um trabalho melhor. No entanto, espera que os candidatos não pensem só em emprego e se esqueçam do resto, incluindo o lazer. “Não adianta ter dinheiro e não ter em que gastar”, finalizou ela, esperançosa.

30 de Setembro de 2008 - 17h34 - Última modificação em 30 de Setembro de 2008 - 17h39

São Paulo abriga cidade com menor número de eleitores do Brasil

Colado da Agência Brasil (Vinicius Konchinski / Enviado especial)

Borá (SP) - O estado mais rico e mais populoso do Brasil, abriga também o menor município do país, sede do menor colégio eleitoral desta eleição. A cidade de Borá, a 520 quiolômetros a oeste da capital, tem 804 habitantes, 924 eleitores (somando eleitores de municípios vizinhos), três candidatos a prefeito e 33 candidatos a vereador. Tem também uma das eleições mais disputadas, onde é praticamente impossível um cidadão não se envolver.

A menos de uma semana para a votação decisiva - em Borá, não há segundo turno, que só ocorre em cidades com 200 mil ou mais eleitores -, a costumeira tranqüilidade das ruas da cidade já não é a mesma. Carros de som sobem e descem as ladeiras das poucas ruas, provocando discussões nos portões de casas e nas esquinas. Conversas que só terão fim às 17h10 do próximo domingo (dia 5), hora do resultado. “Aqui, dez minutos depois do fim da votação, você já sabe quem ganhou”, prevê Danilo César dos Santos, dono da única farmácia da cidade.

Em Borá, a eleição mexe com todos. Cada um dos 804 habitantes do município é parente, amigo ou mesmo colega de um dos candidatos. As propostas e promessas são feitas à moda antiga, de casa em casa, no corpo a corpo. Na cidade, o voto secreto é um dos direitos mais importantes já conquistados pelos eleitores.

“Sabe como é, né? Se você conta em quem vai votar, o candidato que não vai receber o voto vai ficar chateado”, conta Maria Bello Tomaz, dona de um dos dois restaurantes existentes na cidade, ao interromper seu bate-papo para responder de forma evasiva uma pergunta sobre sua opção eleitoral.

“Não estamos aqui para chatear ninguém”, complementou a aposentada Edite Severina Alves, colega e vizinha de Maria. “Já sei em quem vou votar, mas não falo pra ninguém. Depois a gente pode acabar se prejudicando”, afirmou.

As duas contam que, em Borá, o leite, o pão, os remédios, as frutas e as verduras, são distribuídos gratuitamente pela prefeitura. Ninguém quer ficar sem sua parte e, portanto, a melhor coisa é ficar de boca fechada.

E como ninguém revela sua opção, os candidatos permanecem firmes em suas campanhas. Este ano será o primeiro em que Borá terá três candidatos à prefeitura e todos prometem buscar cada voto até o último momento. Esforço que será necessário, já que, na última eleição, 14 votos de diferença elegeram o atual prefeito.

Isso aqui é Borá: 520 quiolômetros de SP, 804 habitantes, 924 eleitores, três candidatos a prefeito e 33 candidatos a vereador

29 de set. de 2008

Professores candidatos

O Instituto Estadual de Educação (IEE), o maior e mais tradicional colégio de Santa Catarina, tem pelo menos dois professores candidatos a vereador que participaram, em abril e maio do ano passado, do movimento que pedia a posse do diretor eleito pela comunidade.

Um dos candidatos é Elói Girardi, que foi o diretor escolhido, mas não empossado pelo secretário de Educação, Paulo Bauer (PSDB). A ironia é que Elói é candidato pelo mesmo partido do secretário. Aliás, ele já era filiado desde a época em que foi eleito pela comunidade diretor do IEE. Bauer preferiu colocar outro correligionário de sua confiança para assumir a direção.

O outro candidato integrante do grupo é o professor Gilmar Fava, que concorre pelo PCdoB.

Além de mobilizar pais, professores e alunos, o movimento pela posse do diretor eleito pela comunidade atraiu deputados, representantes do governo e lideranças políticas, como o senador Cristóvam Buarque. A eleição não foi oficial, pois não existe nenhuma lei que regulamenta o pleito, como acontece nas escolas da Prefeitura de Florianópolis. Só que também não existe lei que proíbe.

A questão era, e continua sendo, essencialmente política.

Da esquerda para a direita, em primeiro plano: Girardi, Buarque e Fava.

24 de set. de 2008

Enrolado


Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, tenta explicar sobre licenciamento e criação de unidades de conservação (UCs) federais no entorno da BR 319 no estado do Amazonas

Foto: Antonio Cruz/ABr

22 de set. de 2008

Ascurra tem cinco candidatos


Terra da vinícula artesanal Mondini, a pequena Ascurra, no Médio Vale do Itajaí, tem cinco candidatos disputando 5.633 eleitores:

Acindo Mafra (PMDB)
Fabia Chiste Volkmann (PSDB)
Margarete Pisa Bazzanela (PT)
Moacir Polidoro (DEM)
Pedro Moser (PDT)

O pedetista é o mais experiente. Postulante à reeleição, já foi prefeito entre 1989 e 1992 e candidato derrotado em 2000 e 1996.

Foto: © Alexandre Brandão

18 de set. de 2008

Recorde: 234 dias sem mortes

O posto do 8º Grupo Polícia Rodoviária Estadual de Ibicaré festejou, no dia 13 de setembro, um recorde positivo: 234 dias sem mortes na estrada SC-303, a mais extensa atendida pelo grupamento.

Já escrevi aqui que ele é o mais bonito de Santa Catarina e, talvez, do Brasil. Localizado na SC-303, Km 230, o posto é também sede da 4ª Companhia da PRE.

De acordo com informações da Secretaria Regional de Joaçaba, a malha viária atendida pelo grupo é de 322 quilômetros, distribuídos em 17 trechos de sete rodovias em 20 municípios. São elas: as rodovias SC-494, da BR-282 em Joaçaba até o Distrito de Santa Helena; SC-303, de Videira a Piratuba; SC-452, de Luzerna à BR-153 em Água Doce; SC-455, de Tangará a Campos Novos e da BR-470 em Campos Novos até Ibicuí; SC-458, de Capinzal à BR-470 em Campos Novos; SC-454, de Ibicaré a Catanduvas; e SC-453, de Videira a Salto Veloso.

A 4ª Companhia abrange todo o Meio-oeste catarinense e integra quatro postos rodoviários: Lebon Régis, Calmon, Concórdia e o próprio de Ibicaré.



Foto: Juanna Figueiredo / SDR-Joaçaba

17 de set. de 2008

Oposição aleijada

O que a Assembléia Legislativa - e o Congresso Nacional - chama de "calendário especial" para dar mais tempo aos deputados participar do processo eleitoral é também uma forma de dificultar o trabalho da oposição. Sem a visibilidade dos discursos na Tribuna, e na imprensa por conseqüência, as oposições ficam meio, digamos, aleijadas.

Fica difícil fazer crítica ao governo, secretários e partidos governistas. Não dá para comentar as notícias do dia, com as denúncias de irregularidades, ou censurar os atos administrativos.

Manifestações de trabalhadores, sindicatos e movimentos também perdem um pouco do espaço político para apresentar seus reclames.

[Foto] Praia de Moçambique II


Foto: © Alexandre Brandão

[Foto] Praia de Moçambique




























































Fotos: © Alexandre Brandão