Borá (SP) - Na cidade de Borá (SP) - menor município do país e menor colégio eleitoral, com 924 eleitores - não há um hospital, uma biblioteca, um cinema nem mesmo um padre ou um juiz. Entretanto, a principal proposta dos três candidatos à prefeitura da cidade, a 520 quilômetros da capital, não está relacionada a nenhuma dessas carências. A prioridade para o próximo prefeito, seja ele quem for, é conseguir que uma nova empresa se instale no local.
Foto: Valter Campanato/ABr
Este é um dos únicos pontos em que os candidatos a prefeito João do Posto (PSDB), Luis Seringueira (DEM) e Luiz do Açougue (PT) não discordam entre si. Assim, a maioria dos 804 habitantes da cidade afirma que um dos maiores problemas de Borá é a falta de emprego e os candidatos pretendem tomar medidas para solucioná-lo, caso sejam eleitos.
De acordo com os próprios candidatos, atualmente, os boraenses quase não têm opções de trabalho. Ou tornam-se um dos cerca de 200 funcionários de uma usina de cana-de-açúcar da cidade, ou trabalham na fábrica de ração animal ou então no comércio local. São poucas opções, que não conseguem atender toda a demanda de emprego.
“A falta de emprego é um problema antigo da região”, explicou João Antonio Nespoli, o João do Posto, em entrevista à Agência Brasil.
Boraenese, 42 anos, João do Posto pertence ao mesmo partido do atual prefeito, Nelson Celestino Teixeira (PSDB). Para ele, a atual administração tem boas propostas, principalmente na área de habitação. Porém, na questão do emprego, ele diz que é preciso fazer mais. “Precisamos trazer uma microempresa. Uma fábrica de sapatos, bolsas, tecidos, que seja”, afirmou.
Luis Antonio Vinhando, o Luis Seringueira, tem 49 anos e já foi prefeito de Borá (1997-2000). Segundo ele, em seu mandato, estudantes tinham atividades esportivas e culturais depois que saíam da escola e ele pretende reativar essas atividades, caso seja eleito. Ele também quer estender o horário da unidade básica de saúde da cidade para que ela preste socorro 24 horas. Contudo, não se esquece da questão do emprego.
“Temos que comprar uma área, construir uns barracões e oferecer o incentivo para alguma empresa vir para cá”, disse ele, que também pretende contratar moradores para execução de obras previstas em seu plano de governo. “A renda per capita de Borá é de R$ 7.000 por causa da riqueza gerada pela usina, mas ninguém da população vê esse dinheiro”, disse.
Luiz Carlos Rodrigues, o Luiz do Açougue, 38 anos, disse que as mulheres são as que mais sofrem para arrumar um trabalho. “Elas não podem cortar cana nem sempre têm a qualificação para serem contratadas em outros setores da usina”, disse ele.
Assim como os outros candidatos, ele defende alguns incentivos para atrair alguma empresa para cidade. Porém, tem outras propostas. Uma delas relacionada ao meio-ambiente. “Temos que reflorestar a margem do Rio Água de Borá. Há cinco anos, ele tinha cerca de meio metro de profundidade. Hoje, a água não passa da canela”, completou.
Luana Nazaré Pereira, 18 anos, balconista da padaria municipal de Borá espera que as promessas de mais emprego sejam cumpridas. Mesmo empregada, ela afirma que gostaria de um trabalho melhor. No entanto, espera que os candidatos não pensem só em emprego e se esqueçam do resto, incluindo o lazer. “Não adianta ter dinheiro e não ter em que gastar”, finalizou ela, esperançosa.
30 de Setembro de 2008 - 17h34 - Última modificação em 30 de Setembro de 2008 - 17h39
Foto: Valter Campanato/ABr
Este é um dos únicos pontos em que os candidatos a prefeito João do Posto (PSDB), Luis Seringueira (DEM) e Luiz do Açougue (PT) não discordam entre si. Assim, a maioria dos 804 habitantes da cidade afirma que um dos maiores problemas de Borá é a falta de emprego e os candidatos pretendem tomar medidas para solucioná-lo, caso sejam eleitos.
De acordo com os próprios candidatos, atualmente, os boraenses quase não têm opções de trabalho. Ou tornam-se um dos cerca de 200 funcionários de uma usina de cana-de-açúcar da cidade, ou trabalham na fábrica de ração animal ou então no comércio local. São poucas opções, que não conseguem atender toda a demanda de emprego.
“A falta de emprego é um problema antigo da região”, explicou João Antonio Nespoli, o João do Posto, em entrevista à Agência Brasil.
Boraenese, 42 anos, João do Posto pertence ao mesmo partido do atual prefeito, Nelson Celestino Teixeira (PSDB). Para ele, a atual administração tem boas propostas, principalmente na área de habitação. Porém, na questão do emprego, ele diz que é preciso fazer mais. “Precisamos trazer uma microempresa. Uma fábrica de sapatos, bolsas, tecidos, que seja”, afirmou.
Luis Antonio Vinhando, o Luis Seringueira, tem 49 anos e já foi prefeito de Borá (1997-2000). Segundo ele, em seu mandato, estudantes tinham atividades esportivas e culturais depois que saíam da escola e ele pretende reativar essas atividades, caso seja eleito. Ele também quer estender o horário da unidade básica de saúde da cidade para que ela preste socorro 24 horas. Contudo, não se esquece da questão do emprego.
“Temos que comprar uma área, construir uns barracões e oferecer o incentivo para alguma empresa vir para cá”, disse ele, que também pretende contratar moradores para execução de obras previstas em seu plano de governo. “A renda per capita de Borá é de R$ 7.000 por causa da riqueza gerada pela usina, mas ninguém da população vê esse dinheiro”, disse.
Luiz Carlos Rodrigues, o Luiz do Açougue, 38 anos, disse que as mulheres são as que mais sofrem para arrumar um trabalho. “Elas não podem cortar cana nem sempre têm a qualificação para serem contratadas em outros setores da usina”, disse ele.
Assim como os outros candidatos, ele defende alguns incentivos para atrair alguma empresa para cidade. Porém, tem outras propostas. Uma delas relacionada ao meio-ambiente. “Temos que reflorestar a margem do Rio Água de Borá. Há cinco anos, ele tinha cerca de meio metro de profundidade. Hoje, a água não passa da canela”, completou.
Luana Nazaré Pereira, 18 anos, balconista da padaria municipal de Borá espera que as promessas de mais emprego sejam cumpridas. Mesmo empregada, ela afirma que gostaria de um trabalho melhor. No entanto, espera que os candidatos não pensem só em emprego e se esqueçam do resto, incluindo o lazer. “Não adianta ter dinheiro e não ter em que gastar”, finalizou ela, esperançosa.
30 de Setembro de 2008 - 17h34 - Última modificação em 30 de Setembro de 2008 - 17h39