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23 de mar. de 2010

Luiz Henrique solitário

O governador Luiz Henrique da Silveira está encurralado. No ocaso de seu governo, está sozinho. Dentro de seu próprio partido ninguém o escuta mais. Para implodir a candidatura própria do PMDB, lançou o neonato peemedebista Dário Berger - aquele que de vez em quando governa Florianópolis.

Abre parêntese. Seu intento é manter a tríplice aliança (DEM, PSDB e PMDB) para facilitar sua candidatura ao Senado Federal. Com os Democratas na cabeça da chapa majoritária. Esse é o acordo acertado no passado - não muito distante - entre ele e Jorge Bornhausen. Fecha parêntese.

Mas boa parte do partido não gostou da atitude. Aliás, boa parte do partido não gosta de Berger. A começar pelo presidente, o ex-governador Eduardo Pinho Moreira, e o secretário-geral, deputado Renato Hinnig

Maior partido de SC e do país, o PMDB não admite não ter candidatura própria no Estado. E Pinho Moreira, depois de esquentar a cadeira da governância por alguns meses, quer voltar ao posto.

O apoio à Dário Berger é uma faca de dois gumes. Por um lado, LHS reforça sua batalha para implodir as prévias e a candidatura própria, mas, por outro, joga o PMDB nos braços da presidencíável Dilma Rousseff. Luiz Henrique já declarou antecipadamente apoio à José Serra - uma forte demonstração de apreço aos outros grandes partidos da tríplice. Mas Dário está de mãos dadas com o PT nacional da mesma forma que Pinho Moreira. Ou seja, joga com Dário para manter a tríplice, mas acaba deixando o PT nacional como única alternativa do PMDB catarinense.

Seu plano de manter a tríplice e se consagrar como candidato a senador mais votado do Estado está fazendo água. Primeiro porque seu próprio partido o desafia com o lançamento da pré-candidatura ao Senado do ex-governador Paulo Afonso, que também é aliado do governdo federal.

Segundo porque com a debandada do DEM, que não encontrou garantias de apoio no PMDB e no PSDB à candidatura majoritária de Raimundo Colombo, foi lançada a candidatura à senador do empresário e comunicador César Souza, o Pai - que já foi um dos deputados mais votados. Por fim, há ainda os candidatos da oposição: Cláudio Vignatti (PT) e Esperidião Amin (PP).

Duas vagas e cinco fortes concorrentes.

Toda essa complicação pode fazer LHS desistir do Senado.

Nos corredores da Assembleia Legislativa, escuta-se a história de que o presidente da Câmara dos Deputados e do diretório nacional do PMDB, deputado Michel Temer, ofereceu uma saída honrosa para Luiz Henrique. Lhe entrega um ministério, ele desiste da candidatura ao Senado e acaba apoiando a candidata do presidente Lula, da qual Temer quer ser vice.

Mais: com a previsão de deixar o governo no dia 24 de março, antes do julgamento do vice Leonel Pavan, marcado para o dia 30, Luiz Henrique pode afrontar o Judiciário. Com essa manobra, o processo é remetido imediatamente ao Supremo Tribunal Federal, pois Pavan assume a condição de governador titular. Assim, paga a dívida que tem com Pavan, que ajudou em sua absolvição no julgamento de 2008, mas desacata o Judiciário catarinense.

São tempos difícis para Luiz Henrique - que durante sete anos e três meses comprou novos aliados e traiu antigos amigos e agora se vê com dificuldades em conquistar uma vaga no Senado.

Em Tangará, 13 PMs vão à julgamento

O Tribunal do Júri de Tangará realiza na próxima segunda-feira, dia 29, com início às 9 horas, o julgamento de 13 polícias militares - acusados de tentativa de homicídio praticado contra Moacir Gomes dos Campos e por homicídio qualificado consumado contra Jair de Andrade.

Segundo a acusação, no dia 26 de março de 1996, por volta das 23h, na localidade de Linha Pasqual, em Ibiam, os denunciados, motivados pelo homicídio do colega, soldado Júlio Henrique Ribeiro, tentaram matar Moacir, pensando que este era Jair, que respondia pelo crime. Percebendo o equívoco e, após render Jair, passaram a agredi-lo violentamente. Os policiais teriam-no executado, após perder os sentidos, o que o impossibilitou de qualquer ato defensivo.

A sessão do júri, em razão da quantidade de réus e do pequeno espaço físico existente no fórum, será realizada no Centro Educacional Pe. Trudo Plessers, na cidade de Pinheiro Preto.

Este é o segundo julgamento do caso. O primeiro foi anulado pelo Tribunal de Justiça, uma vez que os magistrados entenderam que os jurados julgaram o caso contrariamente às provas dos autos.