Cabeçalho 1

Mostrando postagens com marcador Código Ambiental. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Código Ambiental. Mostrar todas as postagens

8 de mai. de 2009

A PM e os ambientalistas

Retirado do blog Vera Maria Eco Floripa:

Terça-feira, 5 de Maio de 2009
Manifestação contra o Código (Anti)Ambiental reprimida por tropa de elite

Participamos de manifestação contra o Código (Anti)Ambiental hoje, cinco de maio, uma passeata organizada por estudantes do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, em caminhada desde ao campus até a casa do governador.

A manifestação era pacífica e silenciosa. Ocupávamos duas pistas da av. Beira Mar Norte, os automóveis passavam na terceira, tranquilamente, e muitos motoristas buzinavam em sinal de aprovação. Os estudantes levavam seus banners, confeccionados com papel pardo, mas tinham combinado de não cantar refrões nem palavras de ordem.

Já perto do supermercado Angeloni, fomos cercados primeiro pela guarda de trânsito, depois, por policiais do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT). Gente, somos importantes, a elite da Polícia Militar de Santa Catarina! Os militares começaram a empurrar os estudantes (e nós também) para a calçada, com grosseria. Alguns seguravam metralhadora, outros ameaçavam usar cassetetes e gás de pimenta, em caso de desobediência às ordens.

Um dos estudantes foi atingido pelo gás e vários incidentes quase se converteram em um confronto maior, não fossem as insistentes conversas diplomáticas dos líderes. Porém, os militares se negaram a ler a autorização dada à passeata, que os jovens tinham em mãos.

Incrível, mas fomos reprimidos, na avenida Beira Mar, pela tropa de elite! Se eu não estivesse lá não teria acreditado na grosseria e truculência desses militares contra uma manifestação pacífica, de interesse de todos os catarinenses. Até tentamos convencê-los de que o tema interessava a eles também (logo eles, que reclamam do governador por melhores salários!).

A repressão mudou o ânimo dos estudantes. Quietos até então, eles começaram a cantar refrões contra o governador. E assim, fomos caminhando até a Casa da Agronômica, escoltados pela tropa, com um carro da patrulha à frente e outro atrás de nós. Os buzinaços não paravam, o povo nos apoiava.

O governador estava em casa, mas se negou a receber qualquer manifestante, nem um grupo de dez, nem de cinco, nem um só. Os jovens queriam lhe entregar um manifesto, mas o chefe do executivo mandou dizer que quem quisesse falar com ele deveria marcar audiência lá no Centro Administrativo, que é onde sua excelência recebe as pessoas.

Os banners foram colados com fita adesiva no muro da casa ocupada por sua excelência - cujo aluguel é pago por nós. Os jovens receberam autorização para deixar os cartazes por pouco tempo, o suficiente apenas para registrar o ato em fotos, retirando-os em seguida. Autorização dada, eles recomeçaram a empurrar e a ordenar, inclusive para mim, "e agora saia daqui" [da frente dos portões], com a mesma truculência de antes.

Enquanto isso, o inquilino da ilustre Casa tinha acabado de decretar algumas medidas emergenciais para salvar os agricultores do Oeste catarinense, apavorados com os prejuízos da safra, provocados pela estiagem prolongada. Entre as medidas, estão a isenção de taxa para quem quiser cavar poços artesianos, e o envio de caminhões-pipa com água (retirada de onde?), com a recomendação de que os agricultores captem água da chuva, de agora em diante, para regar suas plantações. Captar como, se não chove? No entanto, desmatar encostas e beiras de rios pode!

Vera Maria Flesch, jornalista

1 de abr. de 2009

Votação Código Ambiental: O trator x o nariz (VII)




Apesar de graciosa, a manifestação dos chamados "ambientalistas" contra a aprovação do Código Ambiental foi amadora, para dizer o mínimo, perto da mobilização feita pelo setor agrícola, incluindo aí uma massa de pequenos e médios agricultores e alguns grandes produtores.

Ocesc, Fetaesc e Faesc mobilizaram alguns milhares de cidadãos catarinenses, montaram uma estrutura de fazer inveja a qualquer central sindical urbana. Vai levar alguns anos para outro movimento fazer uma agitação semelhante.

Enquanto isso, quem era contra o projeto se comportou como estudantes "caras-pintadas". Usaram nariz de palhaço, mas não conseguiram reunir sequer uma centena de pessoas. Alguns especialistas e estudiosos no assunto preferiram a manifestação eletrônica, através de e-mails ou correntes repetitivas e escritas pela mesma pessoa.

O lobby da agricultura foi mais eficiente e avassalador. Contou ainda com toda a estrutura do governo do Estado, patriarca do código, e a pressão política de secretários de Estado, como os ex-deputados Antonio Ceron (Agricultura e Desenvolvimento Rural) e Onofre Agostini (Desenvolvimento Econômico Sustentável). Lugar-comum, a metáfora do trator nunca foi tão apropriada.

31 de mar. de 2009

Votação Código Ambiental: Titon se destaca (VI)

Para o bem e para o mal, o deputado Romildo Titon (PMDB) foi o grande articulador da votação e aprovação do Código Ambiental. Em sua conta, pode se debitar os ônus e os bônus do projeto. "Eu sabia desde o início que essa missão era árdua e chegar a um consenso mais difícil ainda", afirmou momentos antes da votação.

Ao contrário do que o presidente da Casa tentou esconder, a votação de hoje, a mais importante do ano, teve Titon como grande vencedor. Ficou bem entre os grandes produtores, principais interessados, e os pequenos e médios agricultores.

Pela sua atuação fiel ao partido ao longo dos anos, dar-lhe a Presidência da CCJ pela segunda vez consecutiva e a possibilidade de avocar a relatoria de pauta tão importante, foi um reconhecimento merecido. Assim ele teve a chance de abraçar, com competência, a autoria virtual e moral do projeto e ganhar todos os holofotes através da imprensa estadual e, principalmente, regional.

Votação Código Ambiental: projeto é aprovado (V)

Sem aperto, a Assembléia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 238/2008, que institui o Código Ambiental Catarinense. Apesar de muitas idas e vindas, foi uma votação fácil para a base governista. Não houve nenhum ovelha desgarrada. Até o oposicionista PP votou junto com o PMDB.

O PL ganhou 31 votos favoráveis e 7 abstenções (clique na foto para ampliar). Dois deputados da base não estavam no momento da votação. Agora só depende da sanção do governador.

Votação Código Ambiental: Jorginho fala aos agricultores (III)

Deputado Jorginho Mello, presidente da Assembléia Legislativa, fez discurso diante de agricultores e produtores no grande acampamento armado na Praça Tancredo Neves. Disse que ainda está trabalhando para construir a aprovação unânime dos 40 deputados. O resultado da votação, contemporizou, não pode ter perdedores (os ambientalistas, no caso) e vencedores (os agricultores, por exclusão).

Votação Código Ambiental: CCJ aprova relatório (II)

Com a abstenção dos dois deputados petistas (Dirceu Dresch e Pedro Uczai) e o voto favorável "mas com restrição" do deputado Sargento Soares, a Comissão de Constituição e Justiça acatou o relatório do deputado Romildo Titon (PMDB), presidente da CCJ, a respeito da Lei 238/2008 que estabelece o Codigo Ambiental em Santa Catarina. A reunião acontece conjuntamente com as comissões de Finanças e Tributação, de Turismo e Meio Ambiente e de Agricultura no auditório Antonieta de Barros, que está superlotado desde o começo da manhã.

Há semanas, Titon e os líderes partidários trabalham para chegar a um consenso. Ontem a reunião varou a madrugada, com a presença do presidente da Casa Jorginho Mello, mas não houve acordo.


Foto: © Alberto Neves / Divulgação Alesc

Votação Código Ambiental (I)

Uma mega-estrutura foi montada para receber os agricultores que vão assistir, e torcer pela aprovação, do Código Ambiental de Santa Catarina. Desde a manhã bem cedo, vários ônibus estão chegando na Assembléia Legislativa.

Uma barraca enorme foi construída, de fazer inveja à vigília da Aprasc, banheiros químicos instalados e um telão montado. No final, vai ter pão com churrasco. Tudo financiado pela Ocesc (Organização das Cooperativas), Fetaesc (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária).







Fotos: © Alexandre Brandão