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23 de jan. de 2009

E o PDT em 2010?

O Encontro Estadual do PDT não bateu martelo ainda sobre 2010, mas alguns movimentos apontam tendências. O principal é a saída do PDT do chamado "bloquinho" do Congresso Nacional - conjunto de pequenos partidos que juntos têm peso significativo. Os pedetistas decidiram não apoiar o candidato do bloco nas eleições da Câmara dos Deputados, no caso o deputado Aldo Rebelo (PCdoB), para apoiar o candidato Michel Temer (PMDB).

“Nosso desligamento do bloco não significa uma ruptura. Vamos continuar tendo uma relação política com todos os partidos que integram o bloco”, declarou Vieira da Cunha (presidente).

A iniciativa contou com a participação do secretário-geral e presidente do diretório estadual, Manoel Dias, que, em Santa Catarina, costurou a aliança diretamente com Luiz Henrique da Silveira. A coordenação do projeto 2010 vai ficar a cargo do vice-prefeito de São José, Telmo Vieira, que divide a prefeitura com Djalma Berger (PSB), irmão do principal expoente do PMDB atualmente.

Esse conjunto de relações leva a crer que o partido vai ficar bastante próximo do PMDB nas próximas eleições. Resta saber se o PMDB tem interesse nessa aliança, se não vai preterir o PDT em benefício de algum ou de todos os partidos da tríplice aliança.

Outro elemento importante é que Manoel Dias se nega a apoiar publicamente seu correligionário deputado Sargento Soares e assinar manifesto de apoio à Aprasc. Segundo Maneca, assinar o documento seria a mesma coisa que pular fora do governo. É verdade. Sua preocupação é desempregar dezenas de companheiros - e a companheira - instalados na estrutura do Estado.

Os do contra

Há no partido uma tendência que prefere candidatura própria. Até por uma questão de sobrevivência. Acoplado ao PMDB, os pedetistas teriam dificuldade em elegar até um deputado estadual, quanto mais dois ou três e um federal. A barreira do coeficiente eleitoral seria um obstáculo difícil de transpor. Com apenas dois prefeitos e um cenário sem deputados, o capital político do PDT seria ainda menor para negociar cargos em um próximo governo.

Nesse grupo se encontra Tico Lacerda, que encarou a missão do partido de ser candidato a vice-prefeito da chapa de Angela Albino (PCdoB) e depois rompeu com a direção para apoiar Esperidião Amin (PP) no segundo turno. Lacerda nem foi convidado para participar do encontro, mas esteve presente para rever alguns amigos e conversar com a juventude. Passou dois dias se sentindo um peixe fora d'água.