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16 de fev. de 2008

Franciscano

Reunião dos líderes de bancada da Assembléia Legislativa.



Foto: Eduardo Guedes de Oliveira / Divulgação Alesc

Piriquito cada vez mais isolado

O discurso do deputado Edson Piriquito (PMDB), essa semana na Assembléia Legislativa, pode não ser apenas um elogio ao senador Raimundo Colombo. Pode ser a tentativa de uma demonstração de força, um blefe de um candidato a prefeito isolado em sua própria cidade. Inimigo histórico do vice-governador Leonel Pavan (PSDB), desde quando este era prefeito de Balneário Camburiú pelo PDT e teve seu pedido de filiação ao partido de Brizola negado, Piriquito ainda amarga a antipatia do governador Luiz Henrique da Silveira por sua candidatura e a falta de apoio do presidente do PMDB, Eduardo Pinho Moreira.

Além de preferir qualquer outra candidatura que não seja a de Piriquito, Luiz Henrique deu plenos poderes ao Pavan decidir qual é a melhor candidatura ao consórcio governista em sua cidade de origem. Nada mais natural. Contra Piriquito disputa o atual secretário da Saúde, Dado Cherem (PSDB), que já tem o apoio do DEM, do governo e de boa parte do PMDB. LHS até tentou produzir um candidato de consenso, o ex-prefeito de Brusque Ciro Roza (DEM), que chegou a mudar de domicílio eleitoral, mas não emplacou.

Ao invocar o senador Raimundo Colombo, Piriquito quer dizer que ele foi um dos responsáveis por sua eleição. E que ele pode ser um dos responsáveis pela eleição de Luiz Henrique senador. Com autoridade de quem recebeu 21.877 votos como candidato a prefeito, em 2004, e 28.366 votos como deputado estadual (em 2006), Piriquito sabe que tem musculatura eleitoral. A grande maioria dos votos foi em BC, mas ele também foi bem votado em Camburiú e Itapema. Recebeu também um punhado de votos em Itajaí, Bombinhas e Porto Belo.

Hoje, pelo menos, ele pode se dar ao luxo de fazer um discurso arrojado porque depois da ida do ex-deputado João Henrique Blasi para o Tribunal de Justiça, Piriquito não é mais suplente. É dono do seu próprio mandato.

No entanto, até as dançarinas da "Brazilian Girls" sabem que uma eleição não se ganha sozinho. Piriquito conseguiu a proeza de perder um aliado importante, o presidente do PMDB, quando ensaiou bater em retirada rumo ao PP. Fato que não se concretizou porque agora os mandatos pertencem às siglas partidárias.

Um ingrato, até porque, por ele, Pinho Moreira interveio no diretório de BC, destituiu dirigentes adversários do deputado e nomeou-o presidente. Depois viu seu correligionário correr em direção ao partido de Esperidião Amin, que foi apoiado por Piriquito no segundo turno, em 2006, o que até hoje gera desconfiança de Luiz Henrique.

O deputado, agora, está a caça do apoio do PP, com um certo atraso. Pavan foi mais rápido e passou a virada de ano ao lado do líder progressista. Há ainda um movimento de partidos menores para formar uma terceira opção na cidade. PR, PDT, PT, PPS, PSC e o próprio PP já assinaram um protoloco de intenções. À exceção dos trabalhistas, todos essas legendas estavam com Piriquito na eleição municipal passada.

Foto de Carlos Kilian / Divulgação Alesc