Enquanto começava o mega-show do Roberto Carlos, tive a impressão que a cidade estava em polvorosa, pelo menos ali na região conhecida como Grande Trindade.
Estava caminhando próximo da rótula da Carvoeira, na entrada da UFSC, quando um motoqueiro nos parou, eu e uma amiga, avisando que um boi bravo estava se aproximando. De súbito, não entendi direito o alerta... só fui entender o que estava acontecendo quando vi um boi grande e chifrudo, vindo em nossa direção. A reação imediata foi atravessar a rua para que o animal encontrasse os carros como obstáculos se viesse em nossa direção - até porque ali não tem casas para pular o muro, só o alambrado da universidade.
Passado o susto, começamos a nos perguntar de onde viria o boi, se era uma farra ou apenas mais um espertalhão que pulou as cercas das mangueiras no Pantanal. Mais tarde a suspeita se confirmou. Perguntei para um guri, que estava próximo do HU procurando pelo boi, de onde surgiu o chifrudo. Era para ser uma farra no morro do Pantanal, mas os farristas não esperavam que o animal fosse descer até o asfalto.
A Polícia Militar, a Guarda Municipal e a Segurança da UFSC, avisados, estavam mais perdidos que o boi. Não sabiam para que direção seguir.
E daí !?
A farra, o chifrudo bravo solto e a polícia perdida me fez pensar como a cidade está especialmente abandonada hoje ...
Aceite-se ou não, a farra do boi é condenada pelas autoridades e reprimida pela Polícia. Certamente, o dia de hoje foi escolhido pelos farristas porque é quando a gente vai encontrar menos policial na rua. É o dia perfeito para se cometer um crime, um assalto, por exemplo, porque todo o policiamento está voltado para o show do Roberto Carlos (600 homens) e para o WTTC (mais de 1000 policiais). Quer dizer, não tem efetivo para as ocorrências convencionais porque foi tudo empregado nos eventos da RBS.
Enfim, quem não tem dinheiro para participar do congresso mundial de turismo ou paciência para assistir o Rei, melhor ficar em casa. É mais seguro.