Ronaldo Benedet (PMDB), secretário de Segurança Pública e Defesa do Cidadão, está se tornando o patinho feio do governo. Pela segunda vez, em menos de 15 dias, ele foi desautorizado pelo governador a negociar com a APRASC.
Na primeira oportunidade, em uma reunião secreta na véspera de Natal com representantes dos praças, ele se comprometeu a atender algumas condições para o encerramento do movimento de paralisação dos quartéis. O encontro foi realizado na sede do Sinte Regional de Florianópolis e teve ainda a participação do comandante geral da PM, coronel Eliésio Rodrigues. Benedet aceitou as condições, mas pediu algumas horas para se reportar ao chefe.
Pelo combinado, a reunião seria retomada no período da tarde. Já eram quase 15 horas, quando Benedet avisou, por telefone, que estavam encerradas as conversações e nem apareceria para a conversa vespertina. O secretário foi enquadrado pelo governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e seu Comitê Gestor, hoje dominado pelo DEM.
Ontem, em matéria publicada no jornal online do "Diário Catarinense", a assessoria do secretário informou que haveria reunião com a APRASC no dia 7 de janeiro - uma hora e meia depois, a assessoria do Palácio "desmentiu" a notícia. O ClicRBS (na imagem) manteve a "correção" com destaque.
Benedet sabe muito bem que esse embróglio com os praças, levado adiante pelo governo, só prejudica sua carreira política. Na última eleição para deputado estadual, ele foi um dos mais votados do Estado porque recebeu forte apoio do setor segurança pública. A briga interessa mais aos Democratas, que o vêem mais como concorrente do que como aliado. O também deputado-licenciado, Onofre Santo Agostini (DEM), secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável, vai ser seu principal opositor numa disputa para a Câmara Federal.
Em conversas reservadas, quando estava prestes a assumir a Secretaria da Fazenda, Antônio Gavazzoni (DEM) chegou a classificá-lo de "incompetente" e chamou para si a responsabilidade de negociar e autorizar o pagamento. É o líder da fritura.
Benedet só não foi demitido porque seria mal negócio para Luiz Henrique. Vontade e forças políticas puxando para esse lado não faltam.