Cabeçalho 1
5 de out. de 2008
[Eleições 2008] Ibiam é a primeira cidade de SC a terminar a apuração
Primeiro município a apurar todos os votos foi Ibiam, Meio-oeste. O nome do eleito é Pila, do PP, com 732 votos ou 45,13% dos votos válidos. O vice é do PDT. Ibiam também é o primeiro município do Brasil a concluir a apuração. Pinheiro Preto, ainda no Meio-oeste, ficou em segundo lugar no Estado.
[Eleições 2008] Dário Berger e Esperdião Amin vão para o segundo turno em Florianópolis
O resultado da boca de urna em Florianópolis indica Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP) para disputar a Prefeitura de Florianópolis no segundo turno. Era tudo que o candidato à reeleição não queria, pois tudo leva a crer que o candidato progressista vai ganhar o apoio do PT, do DEM e do PSDB.
Nas palavras da presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Luci Choinacki, quem dá sustentação ao presidente Lula vai ganhar o apoio do PT. Se Cesár Souza Junior (DEM) fosse para o segundo turno, seria mais fácil para Dário, pois PT e PCdoB não apoiariam o democrata.
Nas palavras da presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Luci Choinacki, quem dá sustentação ao presidente Lula vai ganhar o apoio do PT. Se Cesár Souza Junior (DEM) fosse para o segundo turno, seria mais fácil para Dário, pois PT e PCdoB não apoiariam o democrata.
4 de out. de 2008
Renegados pelo MPL querem virar vereadores
Pelo menos dois candidatos a vereador fizeram parte do Movimento Passe Livre, que mobilizou milhares de jovens de Florianópolis em 2004 e 2005: Lucas de Oliveira (PDT) e Tiago Andrino (PCdoB). Cada um teve participação e importância diferente no movimento. Em comum, eles têm a rejeição de boa parte do MPL.
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Lucas foi um dos fundadores do movimento na cidade, quando ainda fazia parte da Juventude Revolução, grupo de jovens ligados à tendência O Trabalho do PT. Depois rompeu com a JR e fundou, ao lado de outros integrantes do MPL, a JR Independente para se tornar uma das principais lideranças - talvez a principal. Era o formulador teórico, e criou a idéia de "empresa-revolução".
Brigas com outros líderes e divergências político-ideológicas o expulsaram do MPL. Foi criticado e desautorizado pelo movimento. Foragido, encontrou abrigo no PDT, apadrinhado pelo físico Bautista Vidal, criador do Pró-álcool e a principal autoridade sobre biomassa no Brasil. No partido, ganhou destaque com facilidade, afinal tem experiência em organização de um movimento social robusto, coisa que o partido de Manoel Dias e sua juventude desconhece há muito tempo.
**
Tiago apareceu apenas durante a segunda jornada das grandes mobilizações em 2005. Na época, era presidente da União Catarinense de Estudantes. Na verdade, ele dividia a presidência com um petista depois de um congresso estadual da UCE que partiu a entidade em duas. (Depois os cacos voltaram a se juntar.)
Tentou comandar a mobilização dos estudantes a partir de cima de um enorme trio-elétrico. Mas não tinha a confiança da grande maioria do movimento, que sempre teve uma postura anti-partido. Também não tinha legitimidade. Não participou da construção do MPL e da mobilização das jornadas.
Enquanto a Polícia Militar dispersava o movimento com bala de borracha e gás lacrimogênio, Tiago foi preso durante um jantar em um restaurante do Centro da Capital, acompanhado do presidente da Juventude do PMDB, partido do governador e chefe da PM.
Ele e mais outros 30 estudantes ficaram trancafiados na cadeia da Central de Polícia, depois transferidos para a Penitenciária da Trindade. Ganhou notoriedade, se firmou na presidência da UCE e ascendeu no partido. Em 2006, foi candidato a deputado federal e ganhou 12.023 votos - mais de quatro mil só em Florianópolis. Como o PCdoB tem tradição de eleger sempre um vereador, Tiago corre o risco de conquistar uma vaga na Câmara.
AVISO: ESSE POST FOI CONCLUÍDO NA NOITE DE SÁBADO, MAS POSTADO SOMENTE NO DOMINGO POR CAUSA DE FALHA NA CONEXÃO. PORTANTO, FICA COM A DATA DE SÁBADO. DE DOMINGO ATÉ O MEIO DIA DE SEGUNDO, FICOU PUBLICADO QUE O CANDIDATO DO PCDOB RECEBEU OITO MIL VOTOS EM FLORIANÓPOLIS. NA VERDADE ELE RECEBEU 4.227 NA CAPITAL.
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Lucas foi um dos fundadores do movimento na cidade, quando ainda fazia parte da Juventude Revolução, grupo de jovens ligados à tendência O Trabalho do PT. Depois rompeu com a JR e fundou, ao lado de outros integrantes do MPL, a JR Independente para se tornar uma das principais lideranças - talvez a principal. Era o formulador teórico, e criou a idéia de "empresa-revolução".
Brigas com outros líderes e divergências político-ideológicas o expulsaram do MPL. Foi criticado e desautorizado pelo movimento. Foragido, encontrou abrigo no PDT, apadrinhado pelo físico Bautista Vidal, criador do Pró-álcool e a principal autoridade sobre biomassa no Brasil. No partido, ganhou destaque com facilidade, afinal tem experiência em organização de um movimento social robusto, coisa que o partido de Manoel Dias e sua juventude desconhece há muito tempo.
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Tiago apareceu apenas durante a segunda jornada das grandes mobilizações em 2005. Na época, era presidente da União Catarinense de Estudantes. Na verdade, ele dividia a presidência com um petista depois de um congresso estadual da UCE que partiu a entidade em duas. (Depois os cacos voltaram a se juntar.)
Tentou comandar a mobilização dos estudantes a partir de cima de um enorme trio-elétrico. Mas não tinha a confiança da grande maioria do movimento, que sempre teve uma postura anti-partido. Também não tinha legitimidade. Não participou da construção do MPL e da mobilização das jornadas.
Enquanto a Polícia Militar dispersava o movimento com bala de borracha e gás lacrimogênio, Tiago foi preso durante um jantar em um restaurante do Centro da Capital, acompanhado do presidente da Juventude do PMDB, partido do governador e chefe da PM.
Ele e mais outros 30 estudantes ficaram trancafiados na cadeia da Central de Polícia, depois transferidos para a Penitenciária da Trindade. Ganhou notoriedade, se firmou na presidência da UCE e ascendeu no partido. Em 2006, foi candidato a deputado federal e ganhou 12.023 votos - mais de quatro mil só em Florianópolis. Como o PCdoB tem tradição de eleger sempre um vereador, Tiago corre o risco de conquistar uma vaga na Câmara.
AVISO: ESSE POST FOI CONCLUÍDO NA NOITE DE SÁBADO, MAS POSTADO SOMENTE NO DOMINGO POR CAUSA DE FALHA NA CONEXÃO. PORTANTO, FICA COM A DATA DE SÁBADO. DE DOMINGO ATÉ O MEIO DIA DE SEGUNDO, FICOU PUBLICADO QUE O CANDIDATO DO PCDOB RECEBEU OITO MIL VOTOS EM FLORIANÓPOLIS. NA VERDADE ELE RECEBEU 4.227 NA CAPITAL.
3 de out. de 2008
Previsão do tempo para o domingo de votação
O meteorologista Marcelo Martins, da Epagri/Ciram , dá uma dica para o domingo de votação em Santa Cataria:
“Se for votar pela manhã, o guarda-chuva será necessário, pois instabilidade trazida pela frente fria ainda permanece com chance de chuva, principalmente no Leste do Estado, entre a madrugada e o início da manhã. No Oeste, o tempo já melhora na noite de sábado, isso porque uma massa de ar frio e seco se aproxima de Santa Catarina. No decorrer do domingo a umidade diminui, o guarda-chuva já pode ficar em casa.”
“Se for votar pela manhã, o guarda-chuva será necessário, pois instabilidade trazida pela frente fria ainda permanece com chance de chuva, principalmente no Leste do Estado, entre a madrugada e o início da manhã. No Oeste, o tempo já melhora na noite de sábado, isso porque uma massa de ar frio e seco se aproxima de Santa Catarina. No decorrer do domingo a umidade diminui, o guarda-chuva já pode ficar em casa.”
30 de set. de 2008
Emprego é prioridade em Borá, cidade com o menor eleitorado do país
Colado da Agência Brasil (Vinicius Konchinski / Enviado especial)
Borá (SP) - Na cidade de Borá (SP) - menor município do país e menor colégio eleitoral, com 924 eleitores - não há um hospital, uma biblioteca, um cinema nem mesmo um padre ou um juiz. Entretanto, a principal proposta dos três candidatos à prefeitura da cidade, a 520 quilômetros da capital, não está relacionada a nenhuma dessas carências. A prioridade para o próximo prefeito, seja ele quem for, é conseguir que uma nova empresa se instale no local.
Foto: Valter Campanato/ABr
Este é um dos únicos pontos em que os candidatos a prefeito João do Posto (PSDB), Luis Seringueira (DEM) e Luiz do Açougue (PT) não discordam entre si. Assim, a maioria dos 804 habitantes da cidade afirma que um dos maiores problemas de Borá é a falta de emprego e os candidatos pretendem tomar medidas para solucioná-lo, caso sejam eleitos.
De acordo com os próprios candidatos, atualmente, os boraenses quase não têm opções de trabalho. Ou tornam-se um dos cerca de 200 funcionários de uma usina de cana-de-açúcar da cidade, ou trabalham na fábrica de ração animal ou então no comércio local. São poucas opções, que não conseguem atender toda a demanda de emprego.
“A falta de emprego é um problema antigo da região”, explicou João Antonio Nespoli, o João do Posto, em entrevista à Agência Brasil.
Boraenese, 42 anos, João do Posto pertence ao mesmo partido do atual prefeito, Nelson Celestino Teixeira (PSDB). Para ele, a atual administração tem boas propostas, principalmente na área de habitação. Porém, na questão do emprego, ele diz que é preciso fazer mais. “Precisamos trazer uma microempresa. Uma fábrica de sapatos, bolsas, tecidos, que seja”, afirmou.
Luis Antonio Vinhando, o Luis Seringueira, tem 49 anos e já foi prefeito de Borá (1997-2000). Segundo ele, em seu mandato, estudantes tinham atividades esportivas e culturais depois que saíam da escola e ele pretende reativar essas atividades, caso seja eleito. Ele também quer estender o horário da unidade básica de saúde da cidade para que ela preste socorro 24 horas. Contudo, não se esquece da questão do emprego.
“Temos que comprar uma área, construir uns barracões e oferecer o incentivo para alguma empresa vir para cá”, disse ele, que também pretende contratar moradores para execução de obras previstas em seu plano de governo. “A renda per capita de Borá é de R$ 7.000 por causa da riqueza gerada pela usina, mas ninguém da população vê esse dinheiro”, disse.
Luiz Carlos Rodrigues, o Luiz do Açougue, 38 anos, disse que as mulheres são as que mais sofrem para arrumar um trabalho. “Elas não podem cortar cana nem sempre têm a qualificação para serem contratadas em outros setores da usina”, disse ele.
Assim como os outros candidatos, ele defende alguns incentivos para atrair alguma empresa para cidade. Porém, tem outras propostas. Uma delas relacionada ao meio-ambiente. “Temos que reflorestar a margem do Rio Água de Borá. Há cinco anos, ele tinha cerca de meio metro de profundidade. Hoje, a água não passa da canela”, completou.
Luana Nazaré Pereira, 18 anos, balconista da padaria municipal de Borá espera que as promessas de mais emprego sejam cumpridas. Mesmo empregada, ela afirma que gostaria de um trabalho melhor. No entanto, espera que os candidatos não pensem só em emprego e se esqueçam do resto, incluindo o lazer. “Não adianta ter dinheiro e não ter em que gastar”, finalizou ela, esperançosa.
30 de Setembro de 2008 - 17h34 - Última modificação em 30 de Setembro de 2008 - 17h39

Este é um dos únicos pontos em que os candidatos a prefeito João do Posto (PSDB), Luis Seringueira (DEM) e Luiz do Açougue (PT) não discordam entre si. Assim, a maioria dos 804 habitantes da cidade afirma que um dos maiores problemas de Borá é a falta de emprego e os candidatos pretendem tomar medidas para solucioná-lo, caso sejam eleitos.
De acordo com os próprios candidatos, atualmente, os boraenses quase não têm opções de trabalho. Ou tornam-se um dos cerca de 200 funcionários de uma usina de cana-de-açúcar da cidade, ou trabalham na fábrica de ração animal ou então no comércio local. São poucas opções, que não conseguem atender toda a demanda de emprego.
“A falta de emprego é um problema antigo da região”, explicou João Antonio Nespoli, o João do Posto, em entrevista à Agência Brasil.
Boraenese, 42 anos, João do Posto pertence ao mesmo partido do atual prefeito, Nelson Celestino Teixeira (PSDB). Para ele, a atual administração tem boas propostas, principalmente na área de habitação. Porém, na questão do emprego, ele diz que é preciso fazer mais. “Precisamos trazer uma microempresa. Uma fábrica de sapatos, bolsas, tecidos, que seja”, afirmou.
Luis Antonio Vinhando, o Luis Seringueira, tem 49 anos e já foi prefeito de Borá (1997-2000). Segundo ele, em seu mandato, estudantes tinham atividades esportivas e culturais depois que saíam da escola e ele pretende reativar essas atividades, caso seja eleito. Ele também quer estender o horário da unidade básica de saúde da cidade para que ela preste socorro 24 horas. Contudo, não se esquece da questão do emprego.
“Temos que comprar uma área, construir uns barracões e oferecer o incentivo para alguma empresa vir para cá”, disse ele, que também pretende contratar moradores para execução de obras previstas em seu plano de governo. “A renda per capita de Borá é de R$ 7.000 por causa da riqueza gerada pela usina, mas ninguém da população vê esse dinheiro”, disse.
Luiz Carlos Rodrigues, o Luiz do Açougue, 38 anos, disse que as mulheres são as que mais sofrem para arrumar um trabalho. “Elas não podem cortar cana nem sempre têm a qualificação para serem contratadas em outros setores da usina”, disse ele.
Assim como os outros candidatos, ele defende alguns incentivos para atrair alguma empresa para cidade. Porém, tem outras propostas. Uma delas relacionada ao meio-ambiente. “Temos que reflorestar a margem do Rio Água de Borá. Há cinco anos, ele tinha cerca de meio metro de profundidade. Hoje, a água não passa da canela”, completou.
Luana Nazaré Pereira, 18 anos, balconista da padaria municipal de Borá espera que as promessas de mais emprego sejam cumpridas. Mesmo empregada, ela afirma que gostaria de um trabalho melhor. No entanto, espera que os candidatos não pensem só em emprego e se esqueçam do resto, incluindo o lazer. “Não adianta ter dinheiro e não ter em que gastar”, finalizou ela, esperançosa.
30 de Setembro de 2008 - 17h34 - Última modificação em 30 de Setembro de 2008 - 17h39
São Paulo abriga cidade com menor número de eleitores do Brasil
Colado da Agência Brasil (Vinicius Konchinski / Enviado especial)
Borá (SP) - O estado mais rico e mais populoso do Brasil, abriga também o menor município do país, sede do menor colégio eleitoral desta eleição. A cidade de Borá, a 520 quiolômetros a oeste da capital, tem 804 habitantes, 924 eleitores (somando eleitores de municípios vizinhos), três candidatos a prefeito e 33 candidatos a vereador. Tem também uma das eleições mais disputadas, onde é praticamente impossível um cidadão não se envolver.
A menos de uma semana para a votação decisiva - em Borá, não há segundo turno, que só ocorre em cidades com 200 mil ou mais eleitores -, a costumeira tranqüilidade das ruas da cidade já não é a mesma. Carros de som sobem e descem as ladeiras das poucas ruas, provocando discussões nos portões de casas e nas esquinas. Conversas que só terão fim às 17h10 do próximo domingo (dia 5), hora do resultado. “Aqui, dez minutos depois do fim da votação, você já sabe quem ganhou”, prevê Danilo César dos Santos, dono da única farmácia da cidade.
Em Borá, a eleição mexe com todos. Cada um dos 804 habitantes do município é parente, amigo ou mesmo colega de um dos candidatos. As propostas e promessas são feitas à moda antiga, de casa em casa, no corpo a corpo. Na cidade, o voto secreto é um dos direitos mais importantes já conquistados pelos eleitores.
“Sabe como é, né? Se você conta em quem vai votar, o candidato que não vai receber o voto vai ficar chateado”, conta Maria Bello Tomaz, dona de um dos dois restaurantes existentes na cidade, ao interromper seu bate-papo para responder de forma evasiva uma pergunta sobre sua opção eleitoral.
“Não estamos aqui para chatear ninguém”, complementou a aposentada Edite Severina Alves, colega e vizinha de Maria. “Já sei em quem vou votar, mas não falo pra ninguém. Depois a gente pode acabar se prejudicando”, afirmou.
As duas contam que, em Borá, o leite, o pão, os remédios, as frutas e as verduras, são distribuídos gratuitamente pela prefeitura. Ninguém quer ficar sem sua parte e, portanto, a melhor coisa é ficar de boca fechada.
E como ninguém revela sua opção, os candidatos permanecem firmes em suas campanhas. Este ano será o primeiro em que Borá terá três candidatos à prefeitura e todos prometem buscar cada voto até o último momento. Esforço que será necessário, já que, na última eleição, 14 votos de diferença elegeram o atual prefeito.
Isso aqui é Borá: 520 quiolômetros de SP, 804 habitantes, 924 eleitores, três candidatos a prefeito e 33 candidatos a vereador
Borá (SP) - O estado mais rico e mais populoso do Brasil, abriga também o menor município do país, sede do menor colégio eleitoral desta eleição. A cidade de Borá, a 520 quiolômetros a oeste da capital, tem 804 habitantes, 924 eleitores (somando eleitores de municípios vizinhos), três candidatos a prefeito e 33 candidatos a vereador. Tem também uma das eleições mais disputadas, onde é praticamente impossível um cidadão não se envolver.
A menos de uma semana para a votação decisiva - em Borá, não há segundo turno, que só ocorre em cidades com 200 mil ou mais eleitores -, a costumeira tranqüilidade das ruas da cidade já não é a mesma. Carros de som sobem e descem as ladeiras das poucas ruas, provocando discussões nos portões de casas e nas esquinas. Conversas que só terão fim às 17h10 do próximo domingo (dia 5), hora do resultado. “Aqui, dez minutos depois do fim da votação, você já sabe quem ganhou”, prevê Danilo César dos Santos, dono da única farmácia da cidade.
Em Borá, a eleição mexe com todos. Cada um dos 804 habitantes do município é parente, amigo ou mesmo colega de um dos candidatos. As propostas e promessas são feitas à moda antiga, de casa em casa, no corpo a corpo. Na cidade, o voto secreto é um dos direitos mais importantes já conquistados pelos eleitores.
“Sabe como é, né? Se você conta em quem vai votar, o candidato que não vai receber o voto vai ficar chateado”, conta Maria Bello Tomaz, dona de um dos dois restaurantes existentes na cidade, ao interromper seu bate-papo para responder de forma evasiva uma pergunta sobre sua opção eleitoral.
“Não estamos aqui para chatear ninguém”, complementou a aposentada Edite Severina Alves, colega e vizinha de Maria. “Já sei em quem vou votar, mas não falo pra ninguém. Depois a gente pode acabar se prejudicando”, afirmou.
As duas contam que, em Borá, o leite, o pão, os remédios, as frutas e as verduras, são distribuídos gratuitamente pela prefeitura. Ninguém quer ficar sem sua parte e, portanto, a melhor coisa é ficar de boca fechada.
E como ninguém revela sua opção, os candidatos permanecem firmes em suas campanhas. Este ano será o primeiro em que Borá terá três candidatos à prefeitura e todos prometem buscar cada voto até o último momento. Esforço que será necessário, já que, na última eleição, 14 votos de diferença elegeram o atual prefeito.

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