Pelo menos dois candidatos a vereador fizeram parte do Movimento Passe Livre, que mobilizou milhares de jovens de Florianópolis em 2004 e 2005: Lucas de Oliveira (PDT) e Tiago Andrino (PCdoB). Cada um teve participação e importância diferente no movimento. Em comum, eles têm a rejeição de boa parte do MPL.
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Lucas foi um dos fundadores do movimento na cidade, quando ainda fazia parte da Juventude Revolução, grupo de jovens ligados à tendência O Trabalho do PT. Depois rompeu com a JR e fundou, ao lado de outros integrantes do MPL, a JR Independente para se tornar uma das principais lideranças - talvez a principal. Era o formulador teórico, e criou a idéia de "empresa-revolução".
Brigas com outros líderes e divergências político-ideológicas o expulsaram do MPL. Foi criticado e desautorizado pelo movimento. Foragido, encontrou abrigo no PDT, apadrinhado pelo físico Bautista Vidal, criador do Pró-álcool e a principal autoridade sobre biomassa no Brasil. No partido, ganhou destaque com facilidade, afinal tem experiência em organização de um movimento social robusto, coisa que o partido de Manoel Dias e sua juventude desconhece há muito tempo.
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Tiago apareceu apenas durante a segunda jornada das grandes mobilizações em 2005. Na época, era presidente da União Catarinense de Estudantes. Na verdade, ele dividia a presidência com um petista depois de um congresso estadual da UCE que partiu a entidade em duas. (Depois os cacos voltaram a se juntar.)
Tentou comandar a mobilização dos estudantes a partir de cima de um enorme trio-elétrico. Mas não tinha a confiança da grande maioria do movimento, que sempre teve uma postura anti-partido. Também não tinha legitimidade. Não participou da construção do MPL e da mobilização das jornadas.
Enquanto a Polícia Militar dispersava o movimento com bala de borracha e gás lacrimogênio, Tiago foi preso durante um jantar em um restaurante do Centro da Capital, acompanhado do presidente da Juventude do PMDB, partido do governador e chefe da PM.
Ele e mais outros 30 estudantes ficaram trancafiados na cadeia da Central de Polícia, depois transferidos para a Penitenciária da Trindade. Ganhou notoriedade, se firmou na presidência da UCE e ascendeu no partido. Em 2006, foi candidato a deputado federal e ganhou 12.023 votos - mais de quatro mil só em Florianópolis. Como o PCdoB tem tradição de eleger sempre um vereador, Tiago corre o risco de conquistar uma vaga na Câmara.
AVISO: ESSE POST FOI CONCLUÍDO NA NOITE DE SÁBADO, MAS POSTADO SOMENTE NO DOMINGO POR CAUSA DE FALHA NA CONEXÃO. PORTANTO, FICA COM A DATA DE SÁBADO. DE DOMINGO ATÉ O MEIO DIA DE SEGUNDO, FICOU PUBLICADO QUE O CANDIDATO DO PCDOB RECEBEU OITO MIL VOTOS EM FLORIANÓPOLIS. NA VERDADE ELE RECEBEU 4.227 NA CAPITAL.