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3 de jan. de 2010

O arrombamento da casa do comandante. E o que faltou dizer

O ano novo não começou bem para o comandante geral da Polícia Militar, conforme noticia a imprensa. A casa do coronel Eliésio Rodrigues, localizada em Capoeiras, foi arrombanda durante o final de semana, mas ele só percebeu por volta das 2h40min, entre sábado e domingo, quando retornou da praia.

Algumas informações, no entanto, a imprensa não divulgou. Na verdade, foi levando um revolver calibre 357 (Magnum), que pertence à Polícia Militar. Mais: os primeiros PMs que chegaram ao local encontraram um espelho do banheiro escrito, com batom, palavras ofensivas aos policiais. Um indício de que tiveram tempo suficiente para agir.

O coronel ainda tentou abafar o caso junto à imprensa. "É inadmissível furtar a casa do comandante geral da Polícia. Isso demonstra a fragilidade da PM", teria dito ele aos seus companheiros de farda na madrugada.

Momentos antes de chegar em sua casa, o próprio comandante chegou a ver uma viatura abordando pessoas na comunidade Chico Mendes, quando comentou com sua família, orgulhoso, de que não seria por falta de policiamento que haveria mais um homicídio na cidade.

O arrombamento da casa do comandante e o comentário familiar demonstram que segurança pública pode ser algo mais que uma "sensação". Deve ser política pública (educação, saúde e segurança); planejamento (inteligência); e profissionalismo (policiais bem pagos e infraestrutura adequada). Caso contrário, a PM vai continuar fragilizada - e sempre levando a culpa.