O assunto "Marcha da Maconha" chegou até o Plenário através do discurso do deputado-suplente Ismael dos Santos (DEM) que considerou a erva "porta de entrada para drogas pesadas". Criticou os organizadores do evento e tratou os usuários como se fossem criminosos. Outro deputado-suplente, José Natal (PSDB) reforçou o argumento do colega em aparte, chegando a insinuar que o usuário está no mesmo patamar do ladrão, traficante e assassino, enfim, um criminoso comum.
Que a maconha faz mal para saúde ninguém pode duvidar, mas a porta de entrada para outras drogas - vamos deixar de demagogia - é o álcool e o cigarro, que são muito mais prejudiciais à saúde e, pior, vendidos livremente em qualquer mercadinho da cidade. Um dia, nos Estados Unidos, o álcool já foi proibido e sua venda e consumo era restrita aos marginais, entendendo o termo como aquele que está à margem da sociedade, e não criminoso. A situação de proibição gerou tráfico, violência e assassinatos.
Não estou defendendo a legalidade da venda e compra da maconha, até porque não tenho posição definida sobre o assunto. Mas defendo o fim do discurso demagógico em relação à todas às drogas - cocaína, álcool, maconha e cigarro, que se diferenciam apenas por ser legal ou não.