No dia 9 janeiro, o coronel Eliésio Rodrigues, comandante geral da PM, completou dois anos à frente da caserna catarinense. Um recorde para os padrões da Era Luiz Henrique da Silveira. Nos últimos seis anos, seis coronéis já ocuparam o cargo máximo da Polícia Militar - média de um por ano. Nesse período, a cúpula da PM passou por algumas crises - a mais marcante foi o caso da Marlene Rica, de Joinville.
Nos quatros anos de Esperidião Amin, a cadeira foi ocupada apenas pelo coronel Walmor Backs. Na verdade, Backs se ausentou nos últimos quatro meses para concorrer a deputado.
Escrevi aqui que os oficiais João Luiz Botelho (chefe da Casa Militar) e Marlon Jorge Teza (presidente do Clube dos Oficiais) disputam o comando da Briosa. A briga ainda existe. Mas com novos elementos. Botelho foi promovido a coronel, ficando assim com as credenciais para assumir o posto a qualquer momento - mesmo com contrariedade dos coronéis mais antigos.
Marlon ficou um pouco mais distante da cadeira de Eliésio, pois aquele foi protagonista de uma insurreição de oficiais contra a vontade deste. O presidente da Acors articulou um grupo de oficiais para retomar, à força, os quartéis ocupados pelo movimento dos praças. O comandante geral não sabia da movimentação e se irritou quando descobriu a conspiração. Desautorizou a ação, que seria realizada pelas tropas especiais na noite de Natal, e garantiu às lideranças do movimento da Aprasc que não haveria confronto.
Escreveu Eliésio em nota interna: "Apartados do compromisso ético e moral, com o nítido fito de desestabilizar o Comando-Geral da Corporação, tais 'lideranças' ardilosamente procuraram influenciar Oficiais PM a tomarem medidas isoladas e descabidas na busca de factóides. Não raras às vezes, para desobstrução dos Quartéis propunham medidas truculentas com resultados incertos, haja vista a significativa presença de mulheres e crianças". Em outro trecho fala das "tentativas de disseminar que nossa Corporação estava órfã de Comando" - disseminadas por oficiais superiores.
O coronel Eliésio não deu nome aos bois, mas dentro da caserna sabe-se que o responsável por "queimar" o comandante e conspirar durante as madrugadas foi o coronel Marlon. Apesar de ter melhor trânsito entre os oficiais, em comparação com Botelho, Marlon perdeu pontos com o governador. Resta saber se o presidente da Acors também vai passar por processo disciplinar a exemplo dos praças.
Comandantes da Polícia na Era LHS
Eliésio Rodrigues: 09/01/2007
Edson Souza: 05/05/2006 até 09/01/2007
Bruno Knihs: 13/04/2005 até 05/05/2006
Ivan Morelli: 06/04/2004 até 13/04/2005
Anilson Nelson da Silva: 06/02/2004 até 06//04/2004
Paulo Conceição Caminha: 07/01/2003 até 06/02/2004
Comandantes da PM na Era Amin
Sérgio Wallner: 20/08/2002 até 07/01/2003
Walmor Backs: 05/01/1999 até 20/08/2002