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22 de jun. de 2009

A (des)união das polícias

A repercussão entre policiais, civis e militares, nesse blog sobre a desunião das corporações pode não representar a realidade. Pode significar, isso sim, uma ocasião particular. No momento, os salários de quase todos os servidores estão em jogo. Além disso, uma briga entre o andar de cima (oficiais e delegados), colocando em risco uma conquista dos policiais civis, estão acirrando os ânimos de todo o andar de baixo.

Os civis acusam os militares de usurpar suas funções. Os militares têm a mesma acusação. Uns apelam para o nível intelectual de uma força e comparam com a outra. E todos tem razão

O governador é quem deve estar gostando de tanta desunião. Em São Paulo, o governo paulista jogou os militares contra os civis para reprimir manifestação grevista. O desfecho foi agentes da segurança pública brigando uns contra os outros com bombas e tiros. Em Santa Catarina, o governo é mais sofisticado. Joga com todos e um contra o outro. O caso de Lages demonstra que esse comportamento de agradar tudo mundo e não agradar ninguém pode não funcionar.

Esse blogueiro não é da área segurança pública, mas conhece alguma coisa sobre, lamenta essa briga e informa: essa desunião não pertence à base dos servidores da segurança pública. Ela está na cabeça da cúpula.

Na grande maioria das cidades do interior do Estado, civis e militares trabalham juntos, como se fosse uma polícia única. Na maioria da vezes dividem o mesmo prédio (quartel e delegacia), compartilham telefone e viaturas e até trocam serviço. Quando existe briga, é pessoal e não institucional.

Conseg

Em agosto, a sociedade vai ter oportunidade de discutir a segurança pública, sua organização e funcionamento, seu planejamento e políticas públicas. A etapa estadual catarinense vai ser em julho. Até agora, as conferências municipais apontaram pela desmilitarização da PM, apesar da resistência do oficialato, valorização do servidor público e unificação das instituições.

Do alto de minha ignorância, entendo não fazer sentido duas polícias - isso sem citar a guarda municipal, que também extrapola as funções das outras duas polícias. Como não faz sentido a militarização. Há de se levar em conta, é claro, as divisões históricas e corporativas. A fórmula para a unificação pode ser a criação de uma terceira corporação, na qual os civis e militares iriam se incorporando gradualmente.