Cabeçalho 1

5 de jun. de 2008

Terra de suplentes

Ontem, 5 de junho, a Assembléia Legislativa registrou o número de 13 deputados suplentes, ou seja, 32,5% dos 40 parlamentares. Alguns deles assumem por apenas 60 dias, dentro de uma prática chamada de "rodízio" para privilegiar políticos que não alcançaram o número de votos necessários para conquistar uma cadeira no Parlamento.

Outros estão estão ocupando o espaço por mais tempo, pois seus titulares assumiram vagas nas secretarias do governo Luiz Henrique da Silveira.

Dois meses não é possível fazer muita coisa: um projeto de lei, uma proposta de emenda à Constituição e outras proposições legislativas geralmente levam meses, às vezes, até um ano para tramitar. O Iprev, por exemplo, o projeto mais importante do ano, aportou na Casa em 18/12/2007 e poderá ser votado apenas no dia 10 de junho desse ano, ou quase seis meses depois.

Nesse período a única coisa que o deputado suplente pode fazer é alguns discursos veiculados na TVAL e ver seu nome publicado em jornais.

Veja como está a formação da Assembléia Legislativa:

Adherbal Ramos Cabral PMDB SUPLENTE
Altair Silva PP SUPLENTE
Ana Paula Lima PT
Antônio Aguiar PMDB
Carlos Chiodini PMDB SUPLENTE
Carlos Hoegen DEM SUPLENTE
Cézar Cim PDT SUPLENTE
Clésio Salvaro PSDB
Décio Góes PT
Dirceu Dresch PT
Edison Andrino PMDB SUPLENTE
Elizeu Mattos PMDB SUPLENTE
Gelson Merísio DEM
Herneus de Nadal PMDB
Ismael dos Santos DEM SUPLENTE
Ivan Naatz PV SUPLENTE
Jailson Lima PT
Jaime Pasqualini PP SUPLENTE
Jandir Bellini PP
Jean Kuhlmann DEM
Jorginho Mello PSDB
José Natal PSDB SUPLENTE
Julio Garcia DEM
Manoel Mota PMDB
Marcos Vieira PSDB
Moacir Sopelsa PMDB
Narcizo Parisotto PTB
Nilson Gonçalves PSDB
Odete de Jesus PRB
Padre Pedro Baldissera PT
Pedro Uczai PT
Professor Grando PPS SUPLENTE
Renato Hinnig PMDB
Rogério Mendonça (Peninha) PMDB
Romildo Titon PMDB
Sargento Amauri Soares PDT
Serafim Venzon PSDB
Silvio Dreveck PP
Valdir Cobalchini PMDB SUPLENTE
Valmir Comin PP

21 de mai. de 2008

Pergunta pro governo

O deputado Jaime Pasqualini (PP) está substituindo o presidente do partido na Assembléia Legislativa por dois meses, dentro de um acordo de rodízio. Joares Ponticelli, o titular, é o deputado mais oposicionista que o parlamento tem. Já escrevi sobre isso aqui e aqui.

Pasqualini chegou, também, atirando contra o governo. Faz discursos contundentes e críticas severas. Mas quando questionado por uma eleitora sobre a possibilidade de receber uma bolsa de estudo, ele jogou a bomba no colo do governo. Veja o e-mail que vazou:

Assunto: RES: Bolsa de estudos
De: "Dep. Pascoalini"
Data: Qua, Maio 21, 2008 1:47 pm

Prezada Xxxxx.

Sua tenacidade e esmero para conseguir que seu filho estudo numa escola particular é elogiável. Vivi a mesma situação quando perdi meu pai aos 12 anos de idade e fui auxiliado pelo falecido Deputado Albino Zeni que consegui uma Bolsa de Estudos para que conseguisse continuar meus Estudos.

Lamentavelmente estou Deputado apenas 60 dias e desconheço por completo a possibilidade de que um DEPUTADO possa conceder Bolsas de Estudo. Por certo os Deputados mais antigos da Casa e aqueles da Base Aliada do Governo – se é que existem Bolsas, poderão lhe fornecer maiores e melhores informações sobre seu justo pleito.

Um forte abraço e desejo de coração que seu filho estude até a Universidade, para seu orgulho e de todos os Catarinenses.

Jaime João Pasqualini
Deputado


Se deputado não tem a função de conceder bolsa de estudo, pelo menos deveria ter oferecido essa resposta. Ou ainda, procurado se informar melhor onde e como alguém consegue uma bolsa. E não jogar a responsabilidade para outro. Mesmo que por 60 dias, Pasqualini está sendo pago para trabalhar.

20 de mai. de 2008

Odete Coração de Jesus

Depois de verem o veto governamental ao projeto do deputado Sargento Amauri Soares (PDT) ser mantido por um voto, parlamentares da oposição e situação solidários ao líder pedetista pediram para adiar a votação do pacote de vetos para o dia seguinte, afim de conquistar mais quórum. Por unamidade, os líderes partidários aceitaram a idéia. No entanto, a medida foi inócua porque a votação já havia acontecido.

Não satisfeita, a deputado Odete de Jesus (PRB) insistiu. Depois de rasgar elogios ao Sargento Soares, sugeriu ao chefe do Legislativo que a votação fosse anulada e incluída também na pauta seguinte.

- Deputada, se o regulamento fosse tão bom quanto o seu coração certamente eu o faria, respondeu o deputado Júlio Garcia (DEM), presidente da Assembléia Legislativa.

Em tempo, o projeto de lei autorizava comandantes militares a adequarem as escalas de serviço de seus subordinados para freqüentar cursos de ensino médio, superior e de pós-graduação.

13 de mai. de 2008

Lula é catarinense

A Assembléia Legislativa aprovou projeto de lei de autoria do deputado Jailson Lima da Silva (PT) que concede o título de cidadão catarinense ao presidente Lula. Até aí tudo bem.

O interessante é que o projeto foi aprovado nas comissões com pareceres favoráveis dos deputados Gelson Merísio (DEM) e José Natal (PSDB). O segundo é o mais anti-Lula do Parlamento catarinense. O primeiro é do partido mais oposicionista ao governo federal.

10 de mai. de 2008

Muda o comando da UFSC: sai Botelho entra Prata

Sexta-feira (9) e sábado (10) foram os dias da posse do novo reitor da UFSC, que vai dirigir uma verdadeira cidade formada por uma comunidade de 41.987 pessoas e um dos maiores orçamentos do Estado. O reitor Alvaro Toubes Prata e Carlos Alberto Justo da Silva (vice) assumem depois de desbancar facilmente Nildo Ouriques, o candidato oposicionista que perdeu pela terceira vez consecutiva. O outro derrotado é Lucio José Botelho, antigo ocupante do cargo.

Por duas vezes Botelho foi vice-reitor de Rodolfo Pinto da Luz, mas não conseguiu sequer ser candidato à reeleição. Dois fatos foram cruciais para manter o ex-reitor distante do consenso dos setores que apostavam na continuidade de um tipo de administração.

Primeiro, foi sua reação diante de um protesto do movimento estudantil que culminou com o trancamento do Conselho Universitário e a intervenção da Polícia Federal. Alguns setores acharam que Botelho foi bastante conivente com os protestantes e pouco rígido, e lento, para punir os estudantes. Outros entenderam que o ex-reitor foi severo demais ao permitir a abertura de inquérito policial e processo administrativo contra o alunado.

Mais tarde, sua administração foi alvo direto, e indireto, de ações do Ministério Público, que destituiu a direção da Fundação de Engenharia (Feesc) por irregularidades, e instalou interventores. Ariovaldo Bolzan, vice de Botelho, havia sido presidente da Feesc e era o braço executivo das fundações na gestão de Botelho.

Subjetivamente, Lucio Botelho não era muito bem visto pelos seus colegas por não ter o perfil de acadêmico. Afinal, nem o título de doutor ele ostenta. Rodolfo Pinto da Luz não era diferente - sempre teve o perfil de político e de administrador. No entanto, Rodolfo sempre teve musculatura política - chegou a ocupar cargos importantes, como ministro interino da Educação e presidente da Andifes. Seu método de ação ficou conhecido pela capacidade de atrair amigos e inimigos, cultivando muitos apadrinhados. Hoje, é secretário da Educação de Florianópolis.

Oriundo da oposição ao próprio Rodolfo, o futuro político de Botelho é incerto. Nos próximos dois anos vai ficar pela Europa concluindo seu doutorado.

Nildo Ouriques também vai para o ostracismo depois de perder para três chapas seguidas (Lucio/Botelho, Botelho/Ariovaldo e Prata/Justo). Sua incapacidade de unir as oposições foi significativa para as derrotas.

A investida de Prata representa ainda uma vitória do Centro Tecnológico (CTC), o maior e mais rico setor da UFSC, que desde Caspar Erich Stemmer (1976) não tinha um representante no cargo.

Aforismo: descentralização

Da mesma forma que o fósforo é o símbolo da era moderna, as secretarias regionais representam o significado da descentralização dos anos LHS.