Cabeçalho 1

11 de out. de 2010

PDT catarinense diminui. E Maneca afunda o partido

Sob a batuta de Manoel Dias, o PDT catarinense diminuiu. Nas eleições de 2010, só elegeu um deputado estadual. Sargento Soares, líder da bancada na Assembleia Legislativa, se reelegeu. Dagomar Carneiro chegou perto, mas não entrou por insuficiência de votos na legenda.

Chegou perto de eleger um deputado federal: Sargento Sobrinho, que como Soares também é ligado à Aprasc, ficou na primeira suplência da coligação - integrada pelo PP e PT do B.

Pior, o PDT não conseguiu a tão almejada vice-governância, através da aliança com o PP de Angela Amin. E, por tabela, não conseguiu segurar os progressistas e a família Amin em apoio à Dilma Rousseff no segundo turno. O argumento de Maneca para fazer essa aliança foi justamente obter o apoio do PP para o PT nacional. Mas isso não se concretizou.



Erros táticos

De olho nos cargos que um possível governo lhe renderia, Manoel Dias acumulou alguns erros táticos. O primeiro foi acreditar na vitória fácil de Angela Amin e abandonar e ligação histórica com o PT e PCdoB, principalmente em nível federal.

Enquanto a coligação PT e PCdoB elegeu oito parlamentares, aumentando seu tamanho, a bancada pedetista diminuiu pela metade.

Segundo, foi ignorar a possibilidade de ter uma candidatura própria, através do deputado Soares, que abria mão de disputar sua reeleição para construir esse projeto. Uma candidatura própria traria mais espaço e visibilidade ao partido, podendo eleger pelo menos os mesmos dois deputados estaduais de agora.

E, terceiro, para piorar, a nominata de candidatos tinha buracos regionais que se tornaram uma falha importante. Esses vácuos foram causados pelas incertezas nas negociações, levadas adiantes por Manoel Dias, e pela cooptação de lideranças regionais, através de subvenções sociais, que ao invés de lançarem candidaturas para fazer legenda ao partido, apoiaram o candidato da cúpula.

Na chapa de candidatos federais foi ainda pior. Disputar com candidatos fortes como Esperidião Amin, Odacir Zonta e João Pizzolati foi quase um suicídio. Para eleger um federal, o PDT poderia tomar algumas iniciativas eleitoralmente mais viáveis, como: candidatura própria ao governo do Estado ou coligação com Ideli Salvatti.

No primeiro caso, a chapa própria poderia atrair mais votos e, no segundo, uma aliança na proporcional federal com partidos menores, como o PR, PRB, PSB e PCdoB, daria mais chances aos candidatos pedetistas. O próprio Maneca poderia manter sua candidatura a federal, como cogitado no começo do ano, e contribuir para a conquista de mais votos para a legenda. Mas, Manoel Dias escolheu a pior opção.

O destino de Maneca está na mão da direção nacional do PDT. Os pedetistas gaúchos não querem mais sustentar em Brasília liderança que não têm voto e, ainda pior,  que consegue diminuir o tamanho do partido.