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10 de nov. de 2011

União na Polícia Civil e desagregação na Polícia Militar

Superando as diferenças entre as categorias da Polícia Civil, os policiais estão desenvolvendo uma manifestação salarial surpreendente. Pelo visto, a chance de vitória é grande, afora a diferença entre si.

Em comunidade do Facebook, os policiais civis já demonstraram indignação com a campanha promovida pelos delegados, excluindo, em alguns momentos, a base da instituição.

Há relatos de diversos tipos, criticando, contemporizando ou simplesmente relevando. Há também esclarecimento de dirigintes sindicais.

Uma policial chegou a escrever que a postura da Associação dos Delegados (Adepol) se assemelha a um ditado popular: "a ADEPOL [camiseta] quer mostrar somente a dela, afinal se a farinha é pouca, pirão da ADEPOL primeiro".

Mais pragmático, um agente escreveu: "Se os delegados quiserem fazer a correria deles sozinhos, que façam, não podemos é perder o foco da nossa e ficar esperando por eles."

Uma delegada, que também faz parte da comunidade, disse que apoia um movimento unificado, mas, a associação dos delegados "acabou saindo na frente". Mais adiante, explicou que os R$ 2 mil de abono, em 2010, "foi uma reposição e não aumento". E para explicar a tática da conquista também usou um ditado popular: "o Governo não deu o que pedimos e tbm não queria incluir todos...então era tudo ou nada. Vc agarra primeiro um pombo e depois vai em busca do resto, senão ficamos todos sem nada."

Claro, as respostas dos agentes foram imediatas:


- "não vem com aquele papo de dizer, primeiro vamos brigar por nós, que acaba vindo alguma coisa para vocês, e nos colocam numa posição de resto";

- "enquanto os delegados continuarem com essa atitude e o RESTO continuar aceitando isso, seremos sempre RESTO e SOMBRA";

- "eles estão cuidando do deles! e nós temos q nos agilizar tambem!caso contrario ficaremos para tras!"

As diferenças de legitimidade entre o Sindicato dos Trabalhadores em Segurança Pública (Sintrasp) e o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) estão em segundo plano nesse momento. Enquanto um entra com a carta sindical o outro entra com os associados. Lá na frente, as diferenças vão ficar mais claras.

Dificuldade entre policiais militares

Circula a informação que coronéis estão pulando de raiva porque o governo pode acenar com reajuste salarial somente, (repito, somente), para para os policiais civis.

Se a informação é verdadeira, o governador Raimundo Colombo vai criar um grande problema para sua cabeça. A tática dos coronéis é colocar os praças para se levantar e, quem sabe, tomar os quartéis.

Os praças estão com as mãos, literalmente, amarradas. Desde o movimento reivindicatório de 2008, acumulam milhares de punições, centenas de prisões e quase duas dezenas de exclusões nas corporações militares. Seus dirigentes, que deveriam cuidar e proteger sua tropa, estão afastados da base, tanto do ponto de vista salarial quanto da relação subjetiva entre as pessoas.

Para piorar a situação, os oficiais estão na véspera de criar uma nova entidade de representação, rachando em duas a Associação de Oficiais Militares (Acors) - além da histórica Associação Barriga Verde. No dia 14 de novembro, no restaurante Meu Cantinho, em São José, vão fundar a Associação Barão do Batovi.

A nova entidade é liderada pelo tenente-coronel Fernando da Silva Cajueiro, que fez parte da chapa de oposição na última eleição da diretoria da Acors. A ideia é usar a nova associação para tratar exclusivamente de assuntos jurídicos. Resta saber se na prática - e com o passar do tempo - vai ser assim.

Dentre os próprios oficiais há um descontentamento de que o Comando Geral não representa mais o oficialato. Até mesmo a Acors não está cumprindo essa função, reclamam os descontentes. Claro, há os que discordam dessa iniciativa, por causar enfraquecimento.